Quando caminhos diferentes, por algum motivo, levam ao mesmo lugar... tudo faz sentido!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Inveja

"De todos os sentimentos demasiado humanos o que mais me assusta e me causa pavor é a inveja, porque é peçonhenta, é sorrateira, é maldita, é magra. É assim tão magra porque morde mas não come, não existe pra si, existe pelo outro, suga mas não se alimenta. É pálida, desbotada e medíocre. Acredita viver da infelicidade dos outros mas é da sua infelicidade que se alimenta e se retroalimenta.
Rubem Alves utiliza uma estória para definir a inveja. Um homem encontra um gênio da lâmpada. Como já é de se esperar, o ser flutuante pode realizar todos os sonhos do sortudo, basta que este os verbalize. Ao imaginar todas as belezas e tesouros do mundo, de repente o homem se entristece, pois recebe do gênio uma notícia que não esperava: "a cada desejo realizado, o seu pior inimigo receberá em dobro o que foi pedido". O homem pensa, pensa, pensa e pede: "me fure um olho".
Assim é a inveja e o invejoso, infeliz, porque é pequeno, é mesquinho, é feio.
O invejoso é o pior cego porque não se enxerga, não percebe que ninguém brilha com a luz do outro, que somente conseguimos brilhar com luz própria, que é uma soma de várias luzes, luzes dos outros, luzes ofertadas com amor, carinho, alegria, amizade, fraternidade, bem querer. Só brilha também aquele que é capaz de doar sua luz, com desprendimento, porque tudo na vida é uma troca, de energia, de luz, de carinho, de amor.
Só consegue brilhar e doar luz aquele que tem a alma leve e o coração puro, que sabe que tudo o que ofertar de coração, lhe será retribuído em dobro, triplo, quadruplo, exponencialmente e infinitamente. E que por ser assim feliz, sua luz nunca vai deixar de brilhar.
Mas para isso é preciso despertar para o belo, para o bom, para a felicidade. Um despertar solitário porque de alma, essência, sentimento. Tenha coragem de tornar-se uma pessoa melhor.
O pôr-do-sol começa dentro da gente antes de começar no poente...



Texto por GIULIANA

ser livre, o que é ser livre?

"As asas da alma se chamam coragem. Coragem não é a ausência do medo. É lançar-se, a despeito do medo". (Rubem Alves)
Somos tão dependentes das nossas verdades, tão viciados nas nossas crenças, que deixamos de ser livres para viver uma pacificação ilusória. E assim, nos tornamos reféns da grande maldição de viver eternamente infeliz por não ter coragem de levantar a âncora e partir.
Para ser livre é preciso encontrar os nossos esconderijos profundos, onde habitam nossas angústias, dúvidas, medos e encará-los de frente. É preciso exorcizar nossos demônios. É preciso entender que passado é passado, não adianta tentar reproduzir as suas cores porque o tom nunca será o mesmo. É preciso não ter medo do novo e ter coragem de se entregar à desorientação, taquicardia, palpitação. Para ser livre é preciso ousar, contrariar tudo aquilo que parece natural porque sempre existiu. Ousadia implica coragem, desprendimento, aceitar os desafios, os enigmas. Esta é a chave para decifrar alguns enigmas através dos quais o amor se manifesta, "aceitar o enigma sem o deslindar é aprender a viver; é amadurecer: exige trabalho interior penoso, grandeza, equilíbrio e autoconhecimento" (Artur da Távola). Para ser livre é preciso querer ser livre. É preciso deixar de ficar observando a vida passar ao lado como um rio de águas límpidas. É preciso ser como um rio, que segue e é cristalino porque sempre teve a coragem de ser rio e fluir, seguir, sem dor, sem peso, simplesmente ir... livre, ao encontro do maravilhoso. Para ser livre é preciso "coragem de rio", coragem de seguir, leve, límpido, cristalino. Coragem de ser rio que quando diante de um obstáculo busca caminhos, busca felicidade. Os rios sabem realmente o que é amar, sabem se entregar e deixar correr ao sabor da correnteza. Só é livre quem é capaz da independência e aceita as dependência da vida, principalmente as do amor. E assim, torna-se verdadeiramente livre e feliz."

Texto por Guiliana

Durmo para sonhar

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar... Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz. Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido. Deixei de me importar com quem ganha ou perde. Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer. Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de amigo. Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, o amor é uma filosofia de vida. Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais. Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade. E desde aquele dia já não durmo para descansar... Simplesmente durmo para sonhar.